terça-feira, 8 de março de 2011

DEUSA OIÁ - IANSÃ


Culto na África

Na Mitologia Yoruba, o nome Oyá provém do rio de mesmo nome na Nigéria, onde seu culto é realizado, atualmente chamado de rio Níger.

É uma divindade das águas como Oxum e Iemanjá, mas també é relacionada ao elemento ar, sendo uma das divindades que controla os ventos.
Costuma ser reverenciada antes de Xangô, como o vento personificado, que precede a tempestade que é uma das representações do Deus do Fogo.

Assim como a Deusa Obá, Oyá também está relacionada ao culto dos mortos, onde recebeu de Xangô a incumbência de guiá-los a um dos nove céus de acordo com suas ações, para assumir tal cargo recebeu do feiticeiro Oxóssi uma espécie de erukê especial, chamado de Eruexim com o qual estaria protegida dos Eguns.

O nome Iansã trata-se de um título que Oyá recebeu de Xangô que faz referência ao entardecer, Iansã = A mãe do céu rosado ou A mãe do entardecer.

Era como Xangô a chamava pois dizia que ela era radiante como o entardecer, e é por isso que o rosa é sua cor por excelência. Os africanos costumam saudá-la antes das tempestades pedindo a ela que apazigue Xangô o Deus das Tempestades pedindo a ele clemência.

Outra lenda narra que antes de se tornar mulher de Xangô, Iansã (Oyá) viveu com Ogum. Lamentando não ter filhos, consultou um Babalaô que a aconselhou fazer oferendas, entre essas um pano vermelho. Cumprida a obrigação, tornou-se mãe de nove crianças, o que, em iorubá, se exprime pela frase "Iyá omo mesan", que seria a origem de seu nome Iansã.

Culto no Brasil

No candomblé a cor utilizada para representá-la é o vermelho Na umbanda sua cor é o Coral. No Brasil houve uma grande distorção com relação as suas regências e origens. Iansã ou Oyá, como é também chamada no Brasil, é uma divindade da Mitologia Yoruba associada aos vento e as águas, sendo mulher de Xangô, o senhor dos raios e tempestades.
É saudada como "Iya mesan lorun", título referente a incumbência recebida como guia dos mortos.

Iansã é associada a sensualidade, dos Orixás femininos é uma das mais guerreira e imponente, tem um temperamento ardente e impetuoso. As danças de Iansã são guerreiras e, se Ogum está presente, ela se engaja em duelo com ele, em lembrança de suas antigas divergências.

Seu ritmo é chamados agó, ilu, ou aguerê de Iansã e de tão rápido, repicado e dobrado, também é conhecido como "quebra-prato". É o mais rápido ritmo do candomblé, correspondendo à personalidade agitada, contagiante e sensual desta deusa guerreira, senhora dos ventos e que tem poder de afastar os espíritos dos mortos (eguns).

Arquétipo

Segundo a mitologia, os filhos de Iansã são pessoas agitadas. Diretos no que querem, não escondem sentimentos de ninguém. Uma grande ofensa a Oiá é a agressão, de qualquer espécie, aos seus filhos. O agressor terá um adversário até à morte.

Os filhos de Iansã são pessoas propensas a dar grandes guinadas em suas próprias vidas, a qualquer momento, sem se importarem com ninguém. Não gostam de se prender a ninguém pois são livres como o vento.

Suas filhas, ou mulheres que tenham Iansã póximo de si (como madrinha por exemplo ou "mãe") aqui na Terra, são mulheres sensuais, ousadas, falam o que pensam e sofrem muito, seja por qualquer motivo, especialmente no amor. São mulheres que batalham, trabalham incansavelmente, são guerreiras, lutam pelo que querem sem esmorecer. Geralmente essas mulheres cuidam de tudo sozinha, até dos filhos.

O arquétipo de Iansã é o das mulheres audaciosas, poderosas e autoritárias. Mulheres que podem ser fiéis e de lealdade absoluta em certas circunstâncias, mas que, em outros momentos, quando contrariadas em seus projetos e empreendimentos, deixam-se levar a manifestações da mais extrema cólera. Mulheres, enfim, cujo temperamento voluptuoso e sensual pode levá-las a aventuras extraconjugais múltiplas e freqüentes, o que não as impede de continuarem muito ciumentas de seus maridos, por ela enganados.

Lenda

Estavam todos os orixás, divindades do panteão Yoruba, reunidos em uma grande festa até que chegou Omolú. Durante todo o tempo, Omolú ficou num canto sem dançar.
Iansã, inquieta com tal situação, aproximou-se do senhor, que usava uma roupa de palha cobrindo o rosto (e que deixava Iansã mais intrigada ainda) e o convidou para dançar. Iansã dançou tão rápido que vento proporcionado por seus giros levantou a roupa de Omolú que, para surpresa de todos, era um homem de extrema beleza.

O reconhecimento e admiração de todos por Omolú o deixou muito feliz, pois anteriormente era muito desprezado. Por gratidão a Inhansã, Omolú ofertou-lhe parte de seu poder, dando a Iansã a capacidade de conduzir os eguns dançando com seu irukerê. E Inhansã tornou-se assim mais poderosa e adorada.

Cultura afro-brasileira

Em Salvador, Oyá ou Iansã é sincretizada com Santa Bárbara é homenageada no dia 4 de dezembro na Festa de Santa Bárbara da Igreja Católica, é um grande evento sincrético, composto de missa, procissão feita por católicos e praticantes do Candomblé, além das festas nos terreiros, o caruru de Iansã, samba de roda e apresentação de grupos de capoeira e maculelê.

Segundo a liturgia católica, Santa Bárbara era uma adolescente de 15 anos muito bela e cheia de personalidade. Quando seu pai viajava, a trancava na torre para que ela não arranjasse pretendentes, pois queria ganhar um belo dote casando-a com um homem rico.

Oyá é sincretizada na Santeria cubana com imagens Católicas de Nossa Senhora da Candelária, Nossa Senhora da Anunciação ou também Santa Theresa.

Senhora do Rio Niger, é representada com um alfange e uma cauda de animal nas mãos, e com um chifre de búfalo na cintura.

Segundo as lendas yorubanas e nas lendas provenientes do Candomblé, Iansã foi mulher de Ogum e depois de Xangô, ela abandonou Ogum para viver com Xangô, seu verdadeiro amor.
Xangô divindade dos trovões e da justiça roubou-a de Ogum.

Na liturgia da Umbanda, Iansã é senhora dos eguns, os espíritos dos mortos, menos cultuados no Candomblé.

Na Umbanda a guia de Iansã é de cor amarela e no Candomblé é vermelha.
No Candomblé também é chamada de Oyá.

Seus devotos costumam lhe oferecer sua comida favorita, o àkàrà (acarajé), ekuru e abará.

Oferendas: àkàrà ou acarajé, ekuru e abará.
Dia da semana: quarta-feira
Cores: Marrom, vermelho, rosa , branco e coral
Símbolos: chifres de búfalo, um alfanje e o iruexim ou irukerê (espanta-moscas de rabo de búfalo), com o qual comanda os eguns (espíritos dos mortos), espada de cobre.
Proibições: Abóbora, arraia e carneiro.
Saudação: Eparrei Iansã (Umbanda) Epa hei Oya! (Candomblé)



Oyá no Batuque

Orixá Oyá como é chamada sua manifestação jovem, é o mesmo Orixá Yansã, em sua forma mais madura. É o primeiro Orixá feminino a ser cultuada na hierarquia Gêge- Ijexá. Está associada aos ventos, raios e tempestades. Muito comum entre os batuqueiros ao se perceber uma forte ventania, dizer-se que a Oyá está “abanando a saia”.

Também rege a sexualidade feminina e, por conseguinte, a sedução e as paixões; é a “dona do teto” e da panela, portanto para os batuqueiros, quem tem Oyá nunca fica desabrigado, e nem passa fome.

Pelo fato de dominar os Eguns, é sempre invocada quando o problema se trata de uma possível perturbação causada por estes espíritos não evoluídos. Por ser um Orixá diretamente associado a Ogum, é cultuada nos mesmos lugares e em companhia deste Orixá, sendo que aceita melhor suas oferendas, se depositadas junto a uma pitangueira, que é uma árvore consagrada a este Orixá feminino.

Suas cores são a combinação do vermelho com o branco, dando ênfase ao vermelho. Seu número é sete, seu dia da semana a Quinta- feira e a Terça-feira por estar também associada a Xangô; seu sincretismo afro-católico é Santa Barbara."

Oyá no Xambá

Oya/Iansã - Orixá feminino dos ventos, das tempestades e do rio Níger que em iorubá significa Odò Oyá.

Foi a primeira mulher de Xangô e tinha um temperamento ardente e impetuoso e é o único orixá capaz de enfrentar e dominar os eguns (espíritos dos mortos) devido a seu caráter guerreiro.

Na Nação Xambá, no dia 13 de dezembro, ao meio-dia acontece a louvação a Oyá, toque em reverência a esse orixá, momento no qual todos os yaôs da casa vestem-se com a roupa de seu orixá.

Os filhos desse orixá são audaciosos, poderosos e autoritários.
Mês dedicado a Oyá é dezembro.
Seu dia é quinta-feira.
Cor da roupa rosa, guia vermelha.
Saudação: Epahey Oyá e Epahey Yansã.
Ferramenta: espada.

ALINE SANTOS é Jornalista, Terapeuta Holística, Taróloga, Cabalista, Sacerdotisa, Professora, Educadora Patrimonial, Escritora, Numeróloga, Pesquisadora de Ciências Ocultas, Palestrante, e atende nas áreas de Florais de Bach, Fitoterapia, Aromaterapia, Terapia com cristais, Reiki, Cura Prânica, Tarô Terapêutico e Numerologia.
Email: arcanjo.azul@hotmail.com

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